O MILAGRE DA AUDIÇÃO
IMPLANTE COCLEAR OU "OUVIDO BIONICO"
Crianças e adultos vítimas de surdez profunda e sem poder aquisitivo para bancar uma cirurgia corretiva podem ter esperanças de voltar a escutar. Basta que o implante coclear seja indicado para o seu tipo de problema. Isso por que o SUS (Sistema Único de Saúde) já oferece esse tipo de operação em hospitais de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Desde 1990, 700 pessoas já foram beneficiadas. Em breve, o Rio de Janeiro também entrará na lista com o credenciamento do Hospital Gafrée e Guinle pelo Ministério da Saúde. A cirurgia é indicada para pessoas que não podem usar aparelhos auditivos convencionais.“É um procedimento de alta complexidade e o Sistema Único de Saúde arca com os todos os custos”, explica o Dr. Fernando Portinho, otorrinolaringologista, professor da Escola de Medicina da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e coordenador do projeto.O tratamento completo sai realmente uma fortuna. “A prótese custa cerca de U$ 20 mil dólares, ou R$ 60 mil, e a cirurgia cerca de R$ 10 mil”, revela Cristina Simoneck, audiologista do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Após o implante, diz a especialista, o paciente ainda precisa fazer a regulagem do aparelho com um audiologista especializado e cada seção sai por cerca de R$ 500.
A cóclea é responsável pela transmissão das vibrações sonoras para o cérebro e pela capacidade do ser humano de perceber os sons. Segundo o Ministério da Saúde, a deficiência auditiva atinge três em cada mil crianças - índice mais alto do que algumas doenças de testagem obrigatória, como a fenilcetonúria, que é detectada pelo teste do pezinho e atinge um em cada dez mil bebês.
Doenças infecciosas que atingem a área do ouvido, como a meningite, e outros fatores externos, como a exposição constante a altas pressões sonoras, são algumas das causas da surdez em adultos.O alto custo dos aparelhos convencionais, que podem chegar a R$ 3 mil, é um dos obstáculos para famílias como a de Alessandra. “Com um relatório do fonoaudiólogo e do audiologista, constatando a necessidade do uso do aparelho, cópias da certidão de nascimento, da carteira de identidade e do comprovante de residência, a pessoa pode se cadastrar nos postos de saúde do município e conseguir uma doação”, orienta a audiologista do INES Telma de Souza Siqueira.
O MILAGRE DE VOLTAR A OUVIR
Os candidatos ao implante passam por um processo seletivo rigoroso, onde são avaliados diversos aspectos que podem influenciar no sucesso da cirurgia. “Os melhores resultados acontecem em adultos e em crianças com até seis anos de idade. A participação da família é um dos fatores levados em consideração”, observa Dra. Maria Cecília que também vai participar da equipe carioca do Gafrée.
“É importante preparar o paciente e sua família para os riscos da operação. Não é possível prever o que cada pessoa vai ouvir. O momento de ativação do aparelho, feito 30 dias após a cirurgia, é bastante difícil”, adverte Maria Cecília Bevilacqua, membro da equipe do Hospital Centrinho, em Bauru (São Paulo). Ainda que os médicos avisem que pode ser uma experiência frustrante, o momento de saber se a cirurgia deu certo, com a ativação do aparelho, é sempre aguardada com grande expectativa.Alguns, têm mais sorte. “Disseram que na primeira semana eu não seria capaz de distinguir todos os sons, principalmente a voz humana. Mas meu caso surpreendeu a todos, passei a escutar tudo”, conta radiante Marta Martins, 46 anos, moradora de Nilópolis, município da Baixada Fluminense. Operada pela equipe da Unicamp no final de junho, Marta foi “ativada” na primeira semana de agosto e é considerada um caso raro.“Escutava a mesma voz para todas as pessoas. Depois de uma semana, já fazia a distinção entre os timbres masculinos e femininos, mas hoje já diferencio todas. Ouço como se tivesse escutando um rádio, mas ouço, e isso é o que importa”, relata Marta, exultante. Ela começou a perder a audição gradativamente há 14 anos e, há dois anos, após uma labirintite, ficou completamente surda. “Descobri o implante pela Internet, comecei a freqüentar os grupos de discussão e as home-pages das associações de deficientes auditivos como a ADAP (www.adap.org.br) e resolvi procurar o médico responsável pelas cirurgias em Campinas, em São Paulo”, conta. “É um momento de muita emoção, só se compara ao nascimento de um filho”, completa.
CORRENDO CONTRA O TEMPO
Em casos de crianças que nascem surdas, é preciso correr contra o tempo. “O cérebro humano está habilitado a desenvolver linguagem até os seis anos”, explica a fonoaudióloga do INES Mônica Campelo. Ela explica que o papel da família é fundamental para o desenvolvimento da linguagem. Crianças que começam cedo, diz a fonoaudióloga, têm um rendimento maior em relação às outras. Responsável pela terapia de Marcos, ela acredita que o menino pode ser contemplado com o implante coclear se der seqüência ao treinamento de oralização com a ajuda do aparelho.Atualmente, de acordo com uma lei municipal, todas as crianças nascidas em maternidades do Rio de Janeiro deveriam passar pela primeira triagem para identificar deficiências auditivas: o 'exame de emissão otoacústica evocada', o teste da orelhinha. “É um teste simples, que pode ser feito com o bebê dormindo, que não dói nem incomoda. Leva só quinze minutos para ser realizado”, explica a audiologista Cristina Simoneck.O exame é pago pelo SUS nas maternidades municipais do Rio de Janeiro, de Duque de Caxias e de Nova Iguaçu. Alguns hospitais particulares também oferecem o serviço, coberto pela maior parte dos planos de saúde. “O único plano que se recusa a pagar pelo teste é a AMIL”, completa Dra. Cristina. As crianças que apresentam algum tipo de perda auditiva são submetidas a outros exames para determinar a intensidade e o tipo de tratamento indicado.
“Depois de diagnosticada, a criança deve usar o aparelho auditivo de amplificação para utilizar os resíduos auditivos remanescentes e iniciar um trabalho de reabilitação”, recomenda a audiologista.Para as famílias, a notícia é sempre difícil. “Tomar consciência de que a surdez não tem cura é um baque”, diz Fátima Brea, mãe de Renata Brea, 7 anos, que acaba de receber um implante na UNICAMP. Ela ensina: “É preciso um esforço por parte da família para ensinar a criança e se comunicar dentro de suas limitações e necessidades”.Se a criança tiver surdez profunda, é preciso consultar um otorrino para saber se o implante é apropriado. "Se for, o melhor a fazer é se cadastrar no programa de implantes”, recomenda a fonoaudióloga Valderez Prass Lemes, que vai coordenar, junto à Dra. Maria Cecília, a reabilitação dos implantados no Gafree.“Fazer o implante não é curar a surdez. Existem algumas limitações do aparelho, mas é um recurso tecnológico fantástico que permite a adultos e a crianças a se inserirem na sociedade normalmente” completa Valderez.“Tenho muita esperança de ouvir meu filho falando um dia. Sei de suas limitações e que isso vai demandar muito trabalho, mas uma mãe nunca desiste”, entusiasma-se Alessandra, estimulada pelo otimismo da fonoaudióloga de Marcos. “Acredito que tudo é possível. Marcos é um menino muito esforçado e sua determinação é apaixonante”, emociona-se Mônica.
Hospitais credenciados pelo SUS nos programas de implante coclear no Brasil *
Programa de IC da Faculdade de Medicina da UFMGDr. Paulo Fernando Crosara Tel.: (31) 3222-2891
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão PretoDra. Maria Cristina Feres Tel.: (16) 602-2423
Faculdade de Medicina da UFRS – Hospital das Clínicas de Porto AlegreDr. Luiz Lavinsky Tel.: (51) 3330-2444
Faculdade de Medicina de São Paulo – Fundação Otorrinolaringológica – Hospital das Clínicas de São PauloDr. Ricardo Ferreira Bento ou Dr. Rubens Vuono de BrittoTel.: (11) 3088-0299 www.hcnet.usp.br/otorrino
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – Hospital das Clínicas de Campinas
Dr. Paulo Rogério Porto Tel.: (19) 3788-7524 ou 3233-6199
Universidade de São Paulo - Campus Bauru - Centrinho
Dr. Orozimbo Alves Costa FilhoTel.: (14) 235-8168 http://www.centrinho.usp.br/-Centro Suvag do Rio Grande do NorteDr. Rodolfo Tel.: (84) 605-2477 ou 605-0303
* Fonte: CRIFAL http://www.valderezfono.fnd.br/
* Fonte: CRIFAL http://www.valderezfono.fnd.br/
COMENTÁRIO MUITO IMPORTANTE RECEBIDO:
Meu filho e deficiente auditivo, estou fazendo o inplante nessa terça (24/11/2009) é uma sonho saber que meu filho vai escutar minha voz e me chamar de pai, eu não sabia de toda tecnologia nessa área. almir.bezerra@vcimentos.com.br esse é meu e-mail caso possa te ajudar?
Comentários
obrigada
Que bom que a ciencia esta cada vez mais avançada!!!Tenho uma tia que perdeu a audição aos 12 anos,a audição dela pode ser considerada parcial visto que ela escuta um pouco, mas so, se olhar diretamente para a pessoa e ler os labios.Agora esta com 49 anos, sera que no caso dela,voltara a ouvir pelo menos 80%,digamos,caso faça essa cirurgia? Meu e-mail é nice_trancinhas@hotmail.com
Desde ja agradeço a atenção.
por que eu tenho um filho com um problema de audição e gostaria de saber se aqui no rj tem algum hospital que faz esse tipo de Cirurgia ta
Sou do Rio e tenho um filho de 17 anos que quer fazer a cirurgia, vc poderia me auxiliar?
me oriente onde devo fazer a inscrição aqui no rio, meu e mail sandramachado_cg@hotmail.com.
Desde ja obrigada
Meu filho teve no Hosp. Sara em Belo Horizonte onde fez a cirurgia de alongamento de tendão e e foi praparado para a Inclusão.ele a dois anos frequenta a Escola Municipal na Inclusão social na quarta série do quinto ano.
Eu como mãe queria que meu filho podesse ter essa oportunidade,pois eu creio que ele desenvolveria muito mais.
Então alguém que esteja lendo esse depoimento e possa me ajudar,eu agradeceria muito,porque eu quero que meu filho possa ter todas as oportunidade da vida dele.
Pois temos fé,força de vontade ,eu mãe acredito muito no meu filho ele e capaz só prescizamos de oportunidades.
Obrigado Patricia (patriciamagela2010@hotmail.com)meu email
Tenho uma filha deficiente auditiva bilateral, ela ta cm 17 anos agora ela teve meninguite aos 11 meses e perdeu a audição. Tentei fazer o implante coclear nela pelo sus no Hospital das Clinicas, mais acabou q nao tive mais condições de volta la p continuar a avaliação pow foi uma pena prq ela tava quase conseguindo quando lembro me da ate dor e ela tmbm tadinha ficou mto triste cm isso e ate hj ela chora por nao ter conseguido.
por isso te peço um auxilio de cm eu posso fazer para tentar fazer a inscrição dela aqui no rio pelo sus e no fundão? desde ja agradelo a atenção e parabéns pelo espaço é mto abençoado.
um enorme bj meu email -
shirla-karla@hotmail.com
Meu e-mail é andrezassis1@hotmail.com
Um grande abraço ao Davi e toda a familia.
Eu sou o Miguel Costa de uma pequena cidade do MARANHÃO. perdi minha audição quando eu tinha 12 anos, e de lá para cá, ja se passaram
exatamente 22 anos. e em 2004, um exame revelou que minha surdez era profunda, por isso, depois de tanto me informar, cheguei a dolorosa conclusão, que no meu caso, só é possivel a ouvi com a cirurgia
colocando o implante coclear. Atualmente tenho 33 anos, e desejo muito de um dia poder fazer esa cirurgia, pois meu maior sonho´e voltar a ouvi, por isso, preciso de sua ajuda para me informar, afim de que eu tome as devidas providencias, bem como sãoos primeiros passos, e enfim... desde ja agradeço, pelas as informação recebidas. meu endereço de correio eletrõnico é ese: jbcostinha@gmail.com e MSN: mjcostinha@hotmail.com
Grato! desde já, agradeço sua atenção
Miguel Costa - MA
Muitos obstaculos e dificuldades , gostaria de saber de voce se existe algo mais rapido ...
Bjs.
Ana
meu nome clarice pontes
Pena que nao temos condições.
entao como voce pode me ajuda ? sou de recife e pelo que vi aqui nao tem ainda um hospital adaptado a forncecer esse tipo de cirurgia , ou estou enganado ?
att ... wellington . ( tom_wellingtondutra@hotmail.com )
abraços